domingo, 29 de novembro de 2009

A flor que és, não a que dás, eu quero.

Ad juvenem rosam offerentem


A flor que és, não a que dás, eu quero.

Porque me negas o que te não peço?

Tão curto tempo é a mais longa vida,

E a juventude nela!


Flor vives, vã; porque te flor não cumpres?

Se te sorver esquivo o infausto abismo,

Perene velarás, absurda sombra,

O que não dou buscando.


Na oculta margem onde os lírios frios

Da infera leiva crescem, e a corrente

Monótona, não sabe onde é o dia,

Sussurro gemebundo.


Ricardo Reis

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